15 de Abril de 1974
Há dois dias, a sala
do Politeama, foi pequena para
conter a multidão que quis assistir à estreia de Eusébio, a Pantera Negra, filme de Juan de Orduña, que, vítima de
um acidente de viação, nos primeiros dias de Fevereiro, não concluiu o filme.
Diz quem viu, que o filme é um perfeito desastre, um nítido
oportunismo à volta da grandeza, da popularidade de Eusébio da Silva Ferreira.
Houve quem poupasse horas de vida em não ir ver o filme mas
outros, grande parte, têm esgotado as sessões e gritam, aplaudem, assobiam como
tudo estivesse a acontecer no estádio.
A agenda do Cinéfilo, coloca-o no espaço de DIA NÃO e explica desta maneira:
Eusébio já viu e não gostou. Para nós tem o maior crédito a opinião de
profissional tão competente e só lamentamos que o seu nome possa servir para
avalizar negociatas deste jaez, que apelam, única e exclusivamente, para a
exploração mais rasteira de um fenómeno, que interessa muita gente neste País –
o desporto e os seus praticantes.
Num terreno tão propício (oh, se era!) a uma análise das implicações sociais e humanas do desporto profissional na vida de certas sociedades e com uma figura, como a de Eusébio, tão significativa da apropriação de um atleta para fins que já ao desporto não dizem respeito, que polémico filme se poderia ter feito, se os interesses em jogo não fossem movidos pela mera sede de lucro fácil. Mas, no fundo, não será isto, em grande parte, a desgraça permanente de um homem como Eusébio?
Num terreno tão propício (oh, se era!) a uma análise das implicações sociais e humanas do desporto profissional na vida de certas sociedades e com uma figura, como a de Eusébio, tão significativa da apropriação de um atleta para fins que já ao desporto não dizem respeito, que polémico filme se poderia ter feito, se os interesses em jogo não fossem movidos pela mera sede de lucro fácil. Mas, no fundo, não será isto, em grande parte, a desgraça permanente de um homem como Eusébio?
Registam-se greves em grandes empresas como a UCAL, a
Siemens, a Motra, a UTIC, a Philips.
O Sindicato Nacional dos Empregados Bancários do Distrito de
Lisboa protesta contra a proibição governamental de uma assembleia geral para
discussão da revisão salarial.
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