sexta-feira, 4 de abril de 2014

AUTOCOLANTES DE ABRIL


No fim do primeiro ano do "ciclo", alguns colegas abandonaram a escola para não voltar. Nós podíamos continuar a estudar, mas eles não. Foram trabalhar para "o campo", ajudar os pais na agricultura. Foi uma coisa estranha, mas depois percebi que era "normal". Acontecia porque os pais precisavam da ajuda dos filhos e não tinham dinheiro para a escola. Quando Passos decide tornar permanentes os cortes aos pensionistas e aos funcionários públicos, institucionalizando um assalto - justificado pelos privilegiados jovens arautos da JSD com a "justiça geracional" -, esquece toda a história recente de Portugal. Os reformados de hoje apanharam um país repressivo, ditatorial e terceiro-mundista e deram- -nos outra coisa. Em troca, Passos quer devolvê-los ao sítio de onde vieram.

Do editorial de Ana Sá Lopes no jornal I de ontem.

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