quinta-feira, 3 de abril de 2014

NÃO ME OBRIGUEM A VOLTAR CÁ!


3 de Abril de 1974

Três tópicos da agitada e importante agenda política, nos primeiros dias de Abril, do Chefe de Estado Américo Tomás

Em entrevista ao semanário francês Le Point, Marcelo Caetano disse que jamais concordará com o abandono das províncias ultramarinas.
Portugal está a lutar em África em defesa de uma sociedade multirracial contra movimentos racistas que procuram expulsar os brancos de África

Num qualquer dia de Março, ou Abril de 1974, andei à procura do recorte mas deve estar, algures, a servir de marcador na página de um livro, é atribuída a Marcelo Caetano a seguinte frase:

Cuidado com os capitães. O perigo vem deles, pois não têm ainda idade suficiente para poderem ser comprados.

Viviam-se dias resultantes do choque petrolífero, mas o governo, via Ministro da Indústria e Energia, fez anunciar a suspensão, nos próximos dias 13 3 14, respectivamente Sábado e Domingo de Páscoa, do racionamento de gasolina durante os feriados e fins-de-semana.

Um excerto da Carta-Testamento de Mário Sacramento:

Nasci e vivi num mundo de inferno. Há dezenas de anos que sofro, na minha carne e no meu espírito, o fascismo. Recebi dele perseguições de toda a ordem — físicas, económicas, profissionais, intelectuais, morais. Mas, que não as tivesse sofrido, o meu dever era combatê-lo. O fascismo é o fim da pré-história do homem. E procede, por isso, como um gangster encurralado. Fiz o que pude para me libertar, e aos outros, dele. É essa a única herança que deixo aos meus Filhos e aos meus Companheiros. Acabem a obra! Derrubem o fascismo, se nós não o pudermos fazer antes! Instaurem uma sociedade humana! Promovam o socialismo, mas promovam-no cientificamente, sem dogmatismos sectários, sem radicalismos pequeno-burgueses! Aprendam com os erros do passado. E lembrem-se de que nós, os mortos, iremos, nisso, ao vosso lado!
Não veremos o que quisemos, mas quisemos o que vimos. E este querer é um imperativo histórico. Há milhões de mortos a dizer-vos: avante!
Façam o mundo melhor, ouviram? Não me obriguem a voltar cá!

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