1 de Abril de 1974
Sir Hugh Wonther, mayor de Londres, «a mais importante
figura dentro da City, a seguir à Raínha», visita Lisboa.
Recebido, pela manhã por Silva Sebastião, presidente da
Câmara Municipal de Lisboa, participou depois num almoço na Câmara de Comércio
Luso-Britânica.
A meio da tarde, e depois de se inscrever, em Belém no livro
de cumprimentos ao Chefe do Estado, Sir Hugh Woutner foi recebido em São Bento,
pelo presidente do Conselho.
Segundo os jornais o encontro foi muito cordial.
Após a audiência em São Bento, Lord Mayor satisfez um desejo
que formulara ainda em Londres, quando se organizava o programa desta sua
visita: contactar com unidades de combate a incêndios em Portugal.
No comando do batalhão de Sapadores Bombeiros, na Avenida D.
Carlos, o visitante interessou-se, vivamente, estabelecendo diálogo com a
oficialidade.
O Cinéfilo neste dia, poisson
d’Avril, dia das mentiras, o que lhe quiserem chamar divertia-se com os
seus leitores:
Vergílio Ferreira escrevia no seu Conta-Corrente:
Enquanto no Satélite (sala-estúdio do então Cinema
Monumental) o espectador de cinema podia ver Cerimónia Solene de
Nagisa Oshima, classificado pela Censura para maiores de 18 anos, o Odeon
esgotava sessões atrás de sessões com A Derrapagem, filme de Constantino
Esteves, com Tony de Matos e Io Apolloni, com classificação para maiores de 14
anos.
O Cinéfilo fazia a sinopse:
Bom rapaz, trabalhador, honesto saído do povo para conquistar um lugar
ao sol (de Angola) no seio da alta burguesia lisboeta, Tony – o da voz meiga -,
entre o fato-macaco lavadinho, passado a ferro, e a camisa branca, de
colarinhos engomados, descobre os estigmas da decadência moral no lar e as
maravilhas da democracia capitalista nos negócios. O que vale é que tudo acaba
em bem nesta fábula populista, ridícula, grotesca e híper-reaccionária, já que
o melhor dos mundos nem sempre coincide com o pior dos filmes.
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