José Saramago sempre
foi um defensor da revolução cubana e admirava Fidel.
Na longa
conversa que manteve com João Céu e Silva, disse:
«Era inevitável que o Fidel, pela idade e pela doença,
tivesse que retirar-se um dia. E não é insignificante que a transição de um
homem que foi tantos anos o condutor de um país, ao chegar a hora da retirada,
se faça de uma maneira mecânica, automática r sem traumas. Ainda falta saber o
que é que vai acontecer, porque por aquilo que vimos a renovação geracional que
terá de haver não aconteceu ainda. Continua a ser a velha guarda, o que não me
parece mal porque se é uma velha guarda que está pensando que efectivamente há
que mudar e prepara essa transição. Cuba não é fácil. Porque castritas ou
fidelistas, gente que em Cuba considera que Castro é quase um deus é
muitíssima, estão lá e querem pelo menos que se respeite a figura e mais tarde
a memória desse homem.»
Em 2003, Saramago
desagradado com a execução de três dos autores do desvio de um barco, escreveu:
«Cuba não ganhou nenhuma heroica batalha fuzilando
esses três homens, mas perdeu a minha confiança, destruiu as minhas esperanças
e defraudou as minhas expectativas.
Aqui cheguei. De agora em diante, Cuba seguirá o seu
caminho, eu fico.»
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