quinta-feira, 24 de outubro de 2019

OLHAR AS CAPAS


As Mãos na Água A Cabeça no Mar

Mário Cesariny
A Phala – Edição do Autor. Lisboa, Janeiro de 1972

Não haverá ninguém insubstituível, mas podem passar-se muitos anos, já lá vão vinte, antes de que seja preenchida a lacuna causada pelo desaparecimento de uma figura exemplar. Certo que a diligência dos prosélitos não esquece, que nada será esquecido do enriquecimento conduzido à cultura, da mensagem «sempre viva», como se diz, dos que verdadeiramente representaram e enriqueceram a época. Não menos certo que o verno no pretérito declina a própria limitação, exalta, mas esvazia de substância. No caso do professor Bento de Jesus Caraça, a morte prematura aos 47 anos de idade, reforça, se se quiser, a mitificação da figura, mas quebra, angustiosamente para quem cá ficou, toda a promessa de desenvolvimento ulterior. Este, só o homem, aqui e agora, no-lo daria.

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