As Mãos na Água A Cabeça no Mar
Mário Cesariny
A Phala – Edição
do Autor. Lisboa, Janeiro de 1972
Não haverá ninguém insubstituível, mas podem passar-se
muitos anos, já lá vão vinte, antes de que seja preenchida a lacuna causada
pelo desaparecimento de uma figura exemplar. Certo que a diligência dos
prosélitos não esquece, que nada será esquecido do enriquecimento conduzido à
cultura, da mensagem «sempre viva», como se diz, dos que verdadeiramente
representaram e enriqueceram a época. Não menos certo que o verno no pretérito
declina a própria limitação, exalta, mas esvazia de substância. No caso do
professor Bento de Jesus Caraça, a morte prematura aos 47 anos de idade,
reforça, se se quiser, a mitificação da figura, mas quebra, angustiosamente
para quem cá ficou, toda a promessa de desenvolvimento ulterior. Este, só o
homem, aqui e agora, no-lo daria.
Sem comentários:
Enviar um comentário