O Filme e o Realismo
Baptista-Bastos
Capa: Óscar
Carneiro
Colecção Nova
Crítica nº 14
Editora Nova
Crítica, Porto, Dezembro de 1979
«Uma obra de arte entendida dinamicamente consiste,
precisamente, no processo de disposição das imagens na mente e nas sensações do
espectador, princípio dinâmico que está na base de todas as imagens verdadeiramente
vivas.» Estas palavras de Eisenstein assumem, à distância dos anos, uma ressonância
de apelo, sobretudo agora, em que a posição de um grupo de intelectuais e
escritores portugueses, cujas obras reflectem uma séria tentativa para
redescoberta do homem nacional, se opõem teses abstractas e um formulário que,
nascido de erros gnoseológicos, coloca o homem no plano de uma impenetrável
natureza morta. Com o estatismo contemplativo, alçapão por onde têm tombado
alguns bons escritores portugueses, se antagonizam os intelectuais, que,
através de uma pesquisa mais humana do que laboratorial, procuram localizar os
problemas modernos. A polémica que se avizinha afigura-se-nos, talvez, mais
importante e concludente do que a estabelecida na década 30-40. A chave, nessa
altura, foi o neo-realismo. O neo-realismo de ontem está ultrapassado? Viva o
realismo de amanhã!
Sem comentários:
Enviar um comentário