domingo, 5 de julho de 2020

ETECETERA



Neste domingo esteve um calor sufocante.

A semana que passou teve momentos de completo pesadelo. O desconfinamento processou-se de maneira caótica. A região de Lisboa vive momentos complicados.

Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa atropelam-se, por aí, em palavras e visitas.

A confusão é muita: a TAP, nacionaliza-se não se nacionaliza, e sabemos que  registou, no primeiro trimestre do ano, prejuízos de 395 milhões de euros, relacionados com os impactos da pandemia deCcovid-19.

Olhamos e antevemos que está a nascer um outro buraco como o do Novo Banco.

A justiça a braços com juízes corruptos. Rui Rangel é um desses casos: arrendava apartamentos em Lisboa por vários milhares de euros por mês, um almoço que custou quase 19 mil euros, utilizava a identidade de cidadãos estrangeiros para escapar a multas por excesso de velocidade e está tudo nas 348 páginas do acórdão do Supremo Tribunal de Justiça e constata-se que manteve uma conduta desonesta com um vencimento que não chegava aos quatro mil euros por mês.

O governo britânico decidiu manter a quarentena obrigatória aos turistas que regressem de Portugal depois de passarem férias e a decisão afectará o turismo algarvio.

Está tudo muito confuso e a pandemia não nos dá um segundo de tranquilidade.

1.

Não concordo mesmo nada que qualquer governante seja comentador político nas televisões.

Fernando Medina, presidente da Câmara de Lisboa, disse na TVI, que com maus chefes e pouco exército não é possível ganhar esta guerra.

Admitem-se os alvos mas não se vislumbra a oportunidade. Alguém devia ter dito a Medina que combater uma pandemia não é a mesma coisa que invadir a cidade de pistas para bicicletas.

2.

O aumento de novos casos de infeção da Covid-19 na comunidade portuguesa residente no Luxemburgo está a preocupar as autoridades de saúde locais.

A notícia foi avançada este domingo que recordou que dos 325 novos casos confirmados na última semana, muitos foram identificados na comunidade portuguesa.

Na origem deste aumento de infeções no país podem estar viagens de e para o estrangeiro, festas privadas ou encontros familiares.
Uma grande parte dos portugueses que trabalham no Luxemburgo mantém planos para vir passar as férias a Portugal

2.

«A Cirque du Soleil» terá cerca de 890 milhões de euros de dívidas que se tornaram insustentáveis com a crise pandémica. Vão despedir cerca de 3.500 funcionários. 

3.

Segundo o presidente do Instituto Politécnico da Guarda oito dos alunos que testaram positivo terão ficado internados na Unidade Local de Saúde, "por não terem nos respetivos alojamentos condições para estarem em isolamento durante o período de quarentena".

Estão suspensos os exames presidenciais, a decisão foi tomada após a instituição ter tido conhecimento da existência de estudantes infetados com covid-19. Uma parte dos contágios terá ocorrido em festas covid realizadas na Guarda, à semelhança do que terá ocorrido noutras cidades com estabelecimentos de ensino superior.


4.

O apoio da Câmara Municipal de Almada às associações de Cultura e Desporto no concelho baixou de quase 700 mil euros em 2017 para 177 770 euros em 2019.

5.

«O cenário dos transportes públicos em hora de ponta é a imagem gritante da impotência. Mandam as pessoas para casa em bairros problemáticos de casas degradadas e inabitáveis, com multidões que têm que sair para sobreviver em trabalhos clandestinos. Multar e perseguir os desempregados, vagabundos da crise, deixar os alunos na rua porque as escolas não têm condições, espalhar o pânico doentio. Ignora-se o resultado de três meses de paragem dos tribunais, a desigualdade social é uma chaga, e um SNS desprezado pelos sucessivos governos é agora a medida de todas as liberdades. Agora como dantes, as ARS (administrações regionais de saúde), a DGS, o Ministério da Saúde compõem estruturas burocráticas sobrepostas e insensíveis, juntamente com a proteção civil e a segurança social, incapazes de ligação ao terreno, aos diretores dos hospitais como ponto de partida para uma ação eficaz. Criminalizar o combate à epidemia é querer parar o vento com as mãos.

O absurdo não se dissolve no azul da água, há uma culpa difusa neste clima de delação, até na inexplicável dificuldade em ter um corpo. Os efeitos do buraco negro criado com a economia parada, com a incompetência institucional, vão obrigar-nos ao maior combate das nossas vidas. Em cada facto novo há um movimento em falso.»

Maria José Morgado

6.

A CP não tem capacidade para aumentar o número de comboios em circulação na Área Metropolitana de Lisboa, afirmou o ministro das Infraestruturas, revelando que está em estudo a possibilidade de alterações de horários.

7.

Numa das suas últimas crónicas no Expresso, José Tolentino Mendonça lembra a correspondência, em tempos difíceis de guerra, que Stefan Zweig trocou com Joseph Roth e em que este escreve:

«Por fim, a amizade é a verdadeira pátria.»

8.

Por muito tempo que se viva, haverá sempre quem nunca esqueça aqueles 8 minutos e 48 segundos em que o polícia Derek Chauvin manteve o seu joelho no pescoço do negro Floyd até que ele deixasse de respirar e dos outros polícias e mirones que presenciaram a cena sem nada fazerem para evitar a morte de um ser humano.

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