domingo, 26 de julho de 2020

ETECETERA


Há muito que a justiça portuguesa se passeia pelas ruas da amargura.

Maria João Marques deixou escrito no Público:

«Sabem o que me lembram os vários juízes arguidos na Operação Lex e a expulsão da magistratura de Rui Rangel? A Igreja Católica com os escândalos de pedofilia.
Os padres católicos entretiveram-se durante décadas especializando-se em recomendar uma moral sexual draconiana – e abusiva – aos crentes do mundo todo, em vez de se dedicarem, como deviam, a trabalhar em prol dos mais pobres e fracos.»

O Ministério Público vai acusar Ricardo Salgado de liderar organização criminosa.

José Maria Ricciardi, outro membro do gang BES, que tem passado pelo intervalo dos pingos da chuva, com um descaramento infinito, manifestou-se perplexo, e disse aos jornalistas «Não imaginei que a situação fosse tão má!»

Mas este tipo quer enganar quem?

Já o banco estava nas lonas, corria o ano de 2008, membros do conselho superior do banco, atribuíram a si próprios, e cada um, 29 milhões de euros para que a família pudesse continuar a brincar aos pobrezinhos na quintarola da Comporta.

A acusação levou seis anos a ser montada e está lavrada em 4.117 páginas. Já não sei quantos milhões e milhões de euros estão em jogo.

As televisões aproveitaram para recordar as palavras do presidente Cavaco Silva e do presidente do Banco de Portugal Carlos Costa, garantindo que o BES era completamente credível e os portuguese podiam apostar nele.

Também Pedro Passos Coelho e Maria Luís Albuquerque a garantirem que os portugueses não pagariam um cêntimo que fosse pelo Novo Banco.

1.
Centenário do nascimento de Amália Rodrigues.
Manuel Alegre a dizer no Diário de Notícias que Amália e Camões foram feitos um para o outro.
Porque não te calas, como dizia o outro.

2.

Éramos os melhores a enfrentar a pandemia, os jornais lá fora não falavam de outra coisa. 

Agora uma série de países dizem que não somos um destino recomendável.

O presidente Marcelo não entende como isto nos está a acontecer.

3.

O Governo desaconselha os portugueses de fazerem férias em destinos longínquos e avisa mesmo que não haverá operações de repatriamento, ao contrário do que aconteceu no início da pandemia.
4.

Li há dias que os gastos com graffittis, que a CP já despendeu em 10 anos, dava para comprar um comboio.

5.

Os clubes das primeiras divisões europeias vão ter quebras de 4 mil milhões de euros em receitas (excluindo transferências) nas épocas 2019/2020 e 2020/2021, conclui um estudo da Associação Europeia de Clubes sobre o impacto da pandemia do novo coronavírus.

6.

O José Gomes Ferreira disse um dia que a Poesia não se premeia persegue-se.

Alguém, que não lembro o nome, disse que os prémios literários são um reconhecimento, agradecem-se e no dia seguinte o trabalho continua.

Pois os prémios valem o que valem e nunca lhes dei qualquer importância.

Tudo isto para vos dizer que o escritor Mário Cláudio, com Tríptico de Salvação, ganhou, pela terceira vez, o Grande Prémio de Romance e Novela de 2019.

Foram admitidas 60 obras a concurso e nos finalistas estavam, para além de Mário Cláudio, A visão das plantas, de Djaimilia Pereira de Almeida, O Gesto que Fazemos para Proteger a Cabeça, de Ana Margarida de Carvalho, Homens de Pó, de António Tavares, e A Luz de Pequim, de Francisco José Viegas.

Por três vezes, José Saramago, viu negada a atribuição deste prémio.

Quando, por fim, o recebeu, com o dinheiro do prémio mandou comprar livros para serem enviados para os Palop.

Mário Claudio é um homem amável, um bom escritor, mas algo distante de, por três vezes, ser vencedor do prémio.

Coisas!... ou para acabar de vez com a cultura, como diria um tal de Woody Allen.

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