Mataram o Amor em Central Park.
Vieram para isso
as raparigas mais lindas dos bairros periféricos.
Com blue-jeans, sorrisos, cautelosos sonhos.
Homens adolescentes trouxeram o preciso.
Camisolas coloridas, bonés,
eis o uniforme do esquadrão maldito.
(Como era domingo o Amor
estava muito quieto ao sol.)
Mataram o Amor em Central Park.
Mataram-no a golpes de latas de conservas,
com salsichas terríveis, gritaria.
Estriparam-lhe o ventre.
Roubaram-lhe o impulso. Como trapos
removeram-lhe os véus da luxúria.
Mais adiante deitaram fora o desejo.
E o Amor, despido, errante, vagueou pela relva.
Cantava uma música de carrossel:
Iam tão seguros os cavalitos pelo ar…
O Amor morreu às oito
à sombra de uma árvore.
María Jesús
Echevarría em Poemas da Cidade
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