Ah! sim, a memória.
O que se faz quando se perde a memória?
Posso dizer: «esqueci»?
Dizia o velho Paul Simon:«Preserva as tuas memórias. Elas são tudo o que te
resta.»
«… inevitavelmente, sou levado a pensar no meu Livro das Tentações, sempre anunciado e sempre adiado: que não será um livro de memórias, respondo eu, quando me perguntam acerca dele, mas sim, como declarei ao José Manuele Mendes, na entrevista à Setembro, um livro do qual eu possa vir a dizer: «Esta é a memória que eu tenho de mim próprio.»
Cadernos de Lanzarote, Volume I, página 31
«Somos a memória que temos e a responsabilidade que assumimos. Sem
memória não existimos, sem responsabilidade talvez não mereçamos existir.»
Cadernos de Lanzarote, Volume II, página 63
«A memória, que é suscetível e não gosta de ser apanhada em falta, tende a preencher os esquecimentos com criações de realidade próprias, obviamente espúrias, mas mais ou menos contíguas aos factos de cujo acontecer só lhe havia ficado uma lembrança vaga, como o que resta da passagem duma sombra.»
Todos os Nomes (citação apanhada por Paulo Neves da Silva).
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