Leio por aí que hoje
é o Dia Mundial da Abóbora.
As vezes que o meu
avô, por erros nos ditados, nas cópias nos problemas, me chamava cabeça de
abóbora.
Não seja por isso que
não simpatizo com algo que leve abóbora. Eu que nunca recuso nenhum doce, passo
ao lado do Doce de Abóbora.
As abóboras são cultivadas em todo o mundo por várias razões, desde propósitos agrícolas (como ração animal) até vendas comerciais e ornamentais. Dos sete continentes, apenas a Antártica é incapaz de produzir abóboras. A abóbora tradicional americana usada para o Halloween é a variedade do campo de Connecticut.
A contra capa do livro não tem nada de especial, excepto uma relação das obras de Aquilino Ribeiro. De resto, mais ou menos, como em todos os livros da época, não existe inficação do autor da capa, nem da data em que foi editado.
A parte que se cita de Abóboras no Telhado faz parte da longa e amistosa dedicatória que Aquilino faz a Jaime Cortesão.
Lembro-me que o único
livro de Aquilino que comprei foi A Casa Grande Romarigães.
A lápis, no canto
superior direito da 1º página, o livreiro escreveu: 45$00. Mas não passei da
página 54. Sei isto porque, naquele tempo, os livros não se vendiam com as
folhas guilhotinadas, tinham de ser abertos com uma faca («De repente senti saudade da velha ferramenta
do jovem leitor que fui. A faca de papel. A ferramenta fora de uso morre. A
faca de papel, belo objecto, está a desaparecer. E com ele talvez certa
leitura via Jorge Listopad em Secos e Molhados) e a minha tarefa ficou-se por essa página.
Havia quem comprasse os livros e os abrisse de uma vez só. Eu gostava de ir
abrindo à medida que os ia lendo.
Terá sido a velha história: chateei-me de ler tanta palavra que desconhecia, e, numa de preguiça literária, cansei-me da necessidade de tanto ter que pegar no Dicionário.
Tem um bonito começo:
O Vento, que é um pincha-no-crivo devasso e curioso, penetrou na camarata, bufou, deu um abanão. O estarim parecia deserto. Não senhor, alguém dormia meio encurvado, cabeça para fora no seu decúbito, que se agitou molemente. Volveu a soprar. Buliu-lhe a veste, deu mesmo um estalido em sua tela semi-rígida e imobilizou-se. Outro sopro. Desta vez o pinhão, como um pretinho da Guiné de tanga a esvoaçar, liberou-se da cela e pulou no espaço. Que pára-quedista!
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