Quando por cá andou, Karl Marx disse que a religião era o ópio do povo.
Ler
livros é um privilégio.
Ler
alguns livros em determinados tempos, é mais do que isso.
Já por aqui escrevi que aceito, compreendo e respeito
a fé de cada um.
Um dos livros herdados da biblioteca do meu
pai, é um calhamaço, mais de 700 páginas, da Editorial Inquérito: A
História das Religiões de Chantepier de la Saussaye.
Tinha os meus 17 anos, passei os olhos,
apanhei o que consegui entender e, passados uns tempos, não lembro quanto
tempo, comecei a ler o Albert Camus.
Quanto a religiões fiquei vacinado.
Respeito a fé, as crenças, tudo, de quem
entenda a isso dedicar-se.
Gostaria que respeitassem o facto de não
frequentar deuses, mas não acontece facilmente.
Só Deus sabe da tranquilidade do meu
ateísmo e do respeito que tenho pela fé dos outros.
Sobre Deus há um poema dramático de António
Rego Chaves:
Olhava o mar
As ondas
O último esgar
Dos afogados.
Dizia: não salvo.
Vejo e contemplo.
Como se fosse Deus.
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