As mães, recordando
batalhas,
sentadas se encontram no umbral.
Os meninos foram ao campo
colher as frutas do ananás.
Ao pé de seu cerro alemão
com o eco se põem a brincar.
Meninos de França respondem
sem rosto no vento do mar.
Palavra e refrão não entendem
mas logo buscam se avistar.
E não haverá mais segredo
quando nos olhos se mirarem.
Agora no mundo o suspiro,
O sopro se pode escutar.
E a cada estribilho as cirandas
se aproximam um pouco mais.
As mães, subindo a vereda
de odores que leva ao pinhal,
chegando à ciranda, começam
colhidas pelo vento a voar.
Os homens procuram por elas
e, sentindo a terra girar
e o canto dos montes ouvindo,
a volta do mundo vão dar.
Gabriela Mistral
1 comentário:
No ano em que nasci, 1945, a poetisa chilena Gabriela Mistral foi o Prémio Nobel da Literatura.
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