Senhor, tu nasceste neste dia
e eu aqui estou,
nascido no mesmo
dia.
Apetece-me brincar
com as palhinhas
Pousar o dedo no
boi, digo, no beiço,
no focinho do boi,
senti-lo húmido
da língua que o
lambe.
Depois levá-lo à
boca para saber
a que sabe.
Lembrando o que há
tanto tempo sucedeu,
quando um boi, um
dia,
me lambeu a face,
de relance a boca.
Sal, apenas sal, queríamos nós.
O boi e eu.
Cloreto de sódio,
símbolo
como aprendi no
liceu.
Senhor, estamos tão sós
que até um boi nos valia.
Senhor, tu nasceste neste dia
e eu aqui estou
à espera me dês o
sal
da tua boca.
O boi lambeu-me.
Obrigado, Senhor!
Rui Cinatti em Natal…Natais
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