Alentejo
Desencantado
Mário Ventura
Círculo de Leitores, Lisboa, Dezembro de 1974
Neste momento há
cerca de trinta homens de Aguiar a fazer a guerra em África, e neste dia em que
visitamos a aldeia – Domingo de Ramos – as crianças levam à igreja os seus
ramos de flores campestres a fim de que o padre lhes lance a bênção. Depois, em
obediência a uma crença ancestral, espalham as flores sobre as searas, para que
estas sejam mais abundantes do que nunca.
Mas, quando nos
afastamos, vai connosco a mesma dúvida:
«Se não chover nos próximos dias… Se chegarmos a Abril, e depois a Maio, e o tempo continuara seco e quente, quem poderá garantir que as searas não serão este ano tão más como nos últimos anos?...
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