Cronos
Cadernos de Literatura e Arte Nº 4
Direcção de Mendes de Carvalho, Eduardo Prado Coelho, Fernando Luso Soares
Colaboração de Mário Sacramento, Alexandre O’ Neill, Mário Cesariny, António Ramos Rosa, Natália Correia, Fiama Hasse Pais Brandão. Mendes de Carvalho, Luiza Neto Jorge, Vitor Silva Tavares, Urbano Tavares Rodrigues, entre outros.
Edição de Autores, Lisboa s/d
Como tantos outros
homens da minha idade, cheguei à primeira dentição intelectual bebendo o leite
impoluto do ensaísmo sergiano, para depois comer o pão que o Diabo amassou.
Ficou-me desse desmame um remoer de culpa absurda quando as vagas implacáveis
do Realismo Ideológico começaram a espadanar sobre a sua obra a espuma amarela
da Verdade Represa, pelo Sol Nascente e por outras plagas. Abrirei assim o meu
exame – exame dela e meu – pondo-me a rosto com esta pergunta: Que se passou
com Sérgio para que fosse, a um tempo, o Mestre inigualável de quantas gerações
viram e verão na Inteligência o piloto do Mundo (mas não o seu armador!), e a
Sereia que pôs embargos à derrota da nau de Ulisses?
(Do texto António Sérgio: O Ensaista e o Doutrinário da autoria de Mário Sacramento)
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