quinta-feira, 7 de dezembro de 2023

OLHAR AS CAPAS


 Cronos

Cadernos de Literatura e Arte Nº 4

Direcção de Mendes de Carvalho, Eduardo Prado Coelho, Fernando Luso Soares

Colaboração de Mário Sacramento, Alexandre O’ Neill, Mário Cesariny, António Ramos Rosa, Natália Correia, Fiama Hasse Pais Brandão. Mendes de Carvalho, Luiza Neto Jorge, Vitor Silva Tavares, Urbano Tavares Rodrigues, entre outros.

Edição de Autores, Lisboa s/d

Como tantos outros homens da minha idade, cheguei à primeira dentição intelectual bebendo o leite impoluto do ensaísmo sergiano, para depois comer o pão que o Diabo amassou. Ficou-me desse desmame um remoer de culpa absurda quando as vagas implacáveis do Realismo Ideológico começaram a espadanar sobre a sua obra a espuma amarela da Verdade Represa, pelo Sol Nascente e por outras plagas. Abrirei assim o meu exame – exame dela e meu – pondo-me a rosto com esta pergunta: Que se passou com Sérgio para que fosse, a um tempo, o Mestre inigualável de quantas gerações viram e verão na Inteligência o piloto do Mundo (mas não o seu armador!), e a Sereia que pôs embargos à derrota da nau de Ulisses?

(Do texto António Sérgio: O Ensaista e o Doutrinário da autoria de Mário Sacramento)

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