sexta-feira, 29 de dezembro de 2023

OLHAR AS CAPAS


Cartas do Meu Moínho

Alphonse Daudet

Tradução: Hernâni Barbosa

Colrcção Lusitânia nº 64

Livraria Chardron, Porto s/d

É de lá que vos escrevo, com a porta escancarada ao bom sol.

Um lindo pinheiral, todo banhado de fulgor, desdobra-se diante de mim até ao sopé da encosta. Na linha do horizonte recortam-se as cristas finas dos Alpilles…

Nem o mais leve rumor… Apenas, de longe em longe, o som dum pífaro, o piar de um maçarico real por entre as alfazemas, um guizalhar de mulas que passam na estrada… Toda essa bela paisagem provençal só vive pela luz.

E como quereis agora que eu tenha saudades da vossa Paris, ruidosa e negra? Estou tão bem no meu moinho! É na verdade aquele cantinho que eu procurava – um cantinho perfumado e quente , a mil léguas dos jornais, das velhas séges, do nevoeiro… E quantas belas coisas à minha volta!

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