São perto de 650 páginas reunindo entrevistas, declarações, citações de livros e artigos escritos por Mário Soares versando os mais diversos assuntos pessoais e políticos.
Um preciso trabalho de Pedro Ramos de Almeida.
Lendo estes depoimentos, naturalmente muitos faltam,
fica-se com uma ideia um pouco mais clara do que foi Mário Soares, por muitos
citado como o «pai da democracia portuguesa, antes e depois de Abril.»
É Mário Soares que entende que deveríamos ter relações
diplomáticas com Israel, é Mário Soares que desenvolve todos os esforços para
fazer regressar do Brasil o banqueiro Ricardo Salgado que fugira logo após o 25
de Abril, um regresso que marcaria o nascimento do homem que passaria a mandar
em tudo isto.
Das muitas citações que poderíamos colocar em Olhar as Capas, escolhemos uma em que Mário Soares, numa entrevista ao La Stampa, declara o seu apreço pelo perdão a dar aos pides ainda presos!...
No prefácio do livro, escreve Pedro Ramos de Almeida:
«Pode-se dizer que
MS é, em muitos aspectos, a expressão pessoal da tragédia histórica da
burguesia portuguesa e, desse modo, até da comunidade nacional: um grupo
dominante que só se sente socialmente para uma lainaça sob a direcção de
grandes potências estrangeiras.»
E em que canto, Mário Soares escondeu, numa gaveta, o
socialismo de que se dizia seguidor?
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