Lá fora aquela chuva miudinha, chata, chuva-de-molhar-tolos.
Pelo país vão acontecendo as
eleições para as eleições locais.
Depois de voltas e mais
voltas à casa, não encontrei o cartão de eleitor.
Tive que ir à junta de
Freguesia pedir um certificado com o número de eleitor.
A meio caminho fez-se luz
no espírito.
O cartão de eleitor só
pode estar dentro de umas caixas que, neste momento, estão fazer de montanhas e
colinas no presépio armado no quarto dos miúdos.
«Glória a Deus nas Alturas
e Paz na Terra aos Homens de Boa vontade».
No meio destas insólitas peripécias,
dá menos trabalhar ir chatear o funcionário da Junta do que desmanchar o
presépio à cata do cartão de eleitor, também não sabendo sequer, em que colina
preseperial está a caixa com o cartão de eleito…
Texto datado de 12 de Dezembro de 1982.
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