(elegia à mãe)
ausência
que de tudo nasce:
pássaro em chuva
sobre o deserto e a
noite;
fenda na raiz.
a erva do teu rosto
à mesa:
abrindo o rio, a
fala;
este fulgor entre
plumas e orvalho.
tempo sobre tempo.
quatro estações de
pólen
e extermínio:
agora num arco sem
a resina dos navios,
o canto das
cerejas,
as cidades, o pão.
e só de ti a árvore
para o azul;
oh infinito,
ausência ausente
que de tudo nasce.
José Manuel Mendes em Natal…Natais
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