sábado, 20 de janeiro de 2018

SOBRE UM VERSO TOMADO DE EMPRÉSTIMO


É no verão que o fruto amadurece,
claro sinal do tempo definido.
E a cada passo o sol-aranha tece,
em cor, as frágeis malhas do vestido.

É no verão também que somos mais
da terra onde nascemos e esperamos
o barco que nos leve e o próprio arrais:
pelo sonho é que vamos.

Bagagem: esta esperança merecida
com sua cor de sangue verdadeira.
E é quanto basta, ó companheira,
para ser nossa, a vida!

Daniel Filipe em Pátria, Lugar de Exílio

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