Marcelo Rebelo
de Sousa deverá ter em Belém um assessor que lhe selecciona os afectos.
Há incêndios e
ele corre… há uma avioneta que cai em Tires e ele corre… há trabalhadores da
Triumph, desde o dia 5 de Janeiro em vigília à porta da fábrica para impedir a
saída das máquinas, e ele não corre…
Trabalhadores
lamurientos, porque os salários estão em atraso, porque perderam o emprego, dá
pouco «share» televisivo, está fora de uma qualquer cartilha que deverá existir
pelos corredores do Palácio Belém.
Depois de o
Presidente da República ter faltado à reunião com as trabalhadoras da
antiga Triumph, na passada segunda-feira, estas confrontaram-no à porta da
Escola Secundária de Camarate, no concelho de Loures e alá teve ele que
alinhavar umas palavritas, que não sei quê o governo…
Mas ontem, os
trabalhadores da Triumph, 463 ao todo, souberam que foi decretada, pelo
tribunal, a falência da empresa e assim poderão aceder ao subsídio de emprego e
ao fundo de garantia social e ficam a aguardar que lhe sejam pagas as indemnizações.
Apenas um certo
alívio porque a outra parte do drama é terem ficado sem emprego, uma empresa que
eles sabem ter viabilidade.
«Pode depois aparecer à posteriori um investidor,
porque nós estamos dispostas a trabalhar. Nós estamos aqui para trabalhar», reiterou Mónica Antunes, delegada
sindical.
Certamente, não
mais quererão ouvir falar em afectos presidenciais, mas sabem, de certeza certa,
de que sem a sua luta nada teria sido conseguido.
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