Imitação dos Dias
José Gomes
Ferreira
Capa: João da
Câmara Leme
Portugália
Editora, Lisboa, Janeiro de 1966
Os poetas só têm uma missão – se lhes quisermos
assacar qualquer missão, do que muitas vezes duvido: cantarem.
Cantarem o Presente. Amarem o Presente. Insultarem o
Presente. Viverem as paixões, as lutas, os amores, a porcaria, as molezas, as
incoerências, o nada e o tudo do Presente.
O Presente, o Presente apenas, só o Presente!
Os raros que chegam ao Futuro são os que, mercê de um
luminoso toque de génio, conseguem esticar o Presente até lá.
(«O Futuro? Mas o Futuro que não se fixa – e nada se
fixa! – é sempre Passado!», murmura-me o exíguo filósofo que me acompanha
sempre para me recordar os desesperos óbvios. Tão óbvios que nem reparamos neles!)
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