A partir do 25 de Abril senti-me completamente inútil
na minha qualidade de professor. Pessoalmente ninguém me maltratou, e quando
queria ir ao meu liceu, entrava nele sem dificuldade depois de o aluno que
vigiava as entradas me bater com um pauzinho e dizer que podia seguir. Tive a
consciência plena da minha inutilidade como professor e o meu desejo imediato
foi ir-me embora, deixar o ensino. Pensei que já deveria estar então,
oficialmente, em condições de requerer a minha aposentação, ou seja de me
reformar em conformidade com a lei então vigente.
Rómulo de Carvalho
em Memórias
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