Uma cidade pode
medir-se, cheirar-se pelas suas livrarias.
Podemos lembrar
Nova Iorque, Paris, Londres.
Mas também
sabemos que nestas, tantas outras, cada vez há menos livrarias.
Lisboa tem agora
uma quantidade incalculável de hotéis e hostels, o raio que os parta, e estão
muitos mais a serem construídos.
Mas cada vez tem
menos livrarias.
Há um mundo da
minha cidade que estou, em cada dia, a perder.
Já não percorro
a cidade como em outros tempos o fazia. Vão-me escapando coisas, causas várias,
e isso entristece-me, mas é assim…
Sou capaz de
tomar conhecimento, através dos jornais on-line, das coisas mais inúteis e
disparatadas, acontecimentos de gentes que desconheço completamente e não me
interessam para nada.
No entanto, apenas
soube, através do blogue de Maria do Rosário Pedreira, de que a Livraria Aillaud e Lellos, na Rua do Carmo, fechou portas no passado mês de Dezembro.
A Amazon isto,
aquilo e aqueloutro.
Mas eu gosto de
olhar os livros, folhear os livros, cheirar os livros numa livraria.
A Aillaud terá
sido a livraria que menos frequentei mas sinto um inexplicável sobressalto
agora que sei que não volto a lá entrar.
A ganância do
senhorio entendeu que livros não são negócio rentável e terá exigido uma renda incomportável
aos donos da livraria.
Irá agora nascer
mais uma daquelas lojas disparatas que em breve tempo fecham portas.
Por quantos
diferentes negócios já passou o que foi a Livraria Portugal?
Legenda: esta fotografia da Aillaud e Lellos foi tirada em Janeiro de 2012, no mesmo dia em que tirei a da então Livraria Portugal. Tirei-a na convicção que também não iria durar muito.
Assim foi...
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