terça-feira, 23 de janeiro de 2018

UMA TRISTEZA TÃO FRIA!...


Uma cidade pode medir-se, cheirar-se pelas suas livrarias.

Podemos lembrar Nova Iorque, Paris, Londres.

Mas também sabemos que nestas, tantas outras, cada vez há menos livrarias.

Lisboa tem agora uma quantidade incalculável de hotéis e hostels, o raio que os parta, e estão muitos mais a serem construídos.

Mas cada vez tem menos livrarias.

Há um mundo da minha cidade que estou, em cada dia, a perder.

Já não percorro a cidade como em outros tempos o fazia. Vão-me escapando coisas, causas várias, e isso entristece-me, mas é assim…

Sou capaz de tomar conhecimento, através dos jornais on-line, das coisas mais inúteis e disparatadas, acontecimentos de gentes que desconheço completamente e não me interessam para nada.

No entanto, apenas soube, através do blogue de Maria do Rosário Pedreira, de que a Livraria Aillaud e Lellos, na Rua do Carmo, fechou portas no passado mês de Dezembro.

A Amazon isto, aquilo e aqueloutro.

Mas eu gosto de olhar os livros, folhear os livros, cheirar os livros numa livraria.

A Aillaud terá sido a livraria que menos frequentei mas sinto um inexplicável sobressalto agora que sei que não volto a lá entrar.

A ganância do senhorio entendeu que livros não são negócio rentável e terá exigido uma renda incomportável aos donos da livraria.

Irá agora nascer mais uma daquelas lojas disparatas que em breve tempo fecham portas.

Por quantos diferentes negócios já passou o que foi a Livraria Portugal?

Legenda: esta fotografia da Aillaud e Lellos foi tirada em Janeiro de 2012, no mesmo dia em que tirei a da então Livraria Portugal. Tirei-a na convicção que também não iria durar muito.
Assim foi...

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