De novo na esplanada do café de Perec, espero em vão como sempre, que
passe Catherine Deneuve, que vive na praça. Mas, uma vez mais, ela não aparece.
Surpreende-me, um pouco mais tarde, ler na revista Lire que Vargas Llosa também vive nessa praça, tem um duplex num edifício
do século XVIII: «Neste bairro, sinto-me como em casa. É um bairro muito
literário. Umberto Eco também vive na praça. Há quinze anos que espero ver
Catherine Deneuve, mas ela nunca aparece.»
Neste momento, aparece Deneuve. Fico mudo de surpresa e pergunto-me se,
durante um momento, Deneuve não foi «o que se passa quando não se passa nada».
Enrique Vila-Matas em
Diário Solúvel
Legenda: Catherine
Deneuve
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