«Tu estavas, avó, sentada na soleira da tua porta, aberta para a noite
estrelada e imensa, para o céu de que nada sabias e por onde nunca viajarias,
para o silêncio dos campos e das árvores assombradas, e disseste, com a
serenidade dos teus noventa anos e o fogo de uma adolescência nunca perdida: «O
mundo é tão bonito e eu tenho tanta pena de morrer.» Assim mesmo. Eu estava lá.»
José Saramago em As Pequenas Memórias.
Era para se ter chamado O Livro das Tentações mas acabou por ficar As Pequenas Memórias.
Saramago «queria que os leitores soubessem de onde
saiu o homem que sou.»
Simplesmente: um
livro notável.
«Penso que devo
tudo o que sou àquela criança. Foi ela o meu arquitecto.»
Não memórias,
mas uma certa memória.
«A viagem não acaba nunca. Só os viajantes acabam.»
Legenda: capa de As
Pequenas Memórias publicado pela Porto Editora. A caligrafia da capa é da
autoria de Gonçalo M. Tavares
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