O Apartamento
Fatídico
A.A.Fair
Tradução: L. de Almeida Campos
Capa: Lima de Freitas
Colecção Vampiro nº 119
Livros do Brasil, Lisboa s/d
Fui acordado às
três da manhã pelo ruído de uma lata a rebolar no empedrado do passeio. Um
momento mais tarde, uma voz de mulher, aguda e penetrante, gritou: «Não vou
contigo! Estás a compreender?»
Voltei-me para o
outro lado e tentei mergulhar, de novo, no esquecimento do sono. A voz da
mulher perseguiu-me, ferindo-me os tímpanos. Não consegui ouvir a voz do homem
com quem ela discutia.
A atmosfera estava
carregada de humidade. A cama era grande, de quatro colunas no estilo antigo, e
estava encostada à parede mais afastada de um quarto de tecto alto. Enormes
janelas francesas abriam para uma varanda protegida por uma grade de ferro
forjado. Esta varanda estendia-se por sobre o passeio, ultrapassando-o. Do
outro lado da rua, mesmo em frente, ficava o Bar de Jack O’Leary.
Quando havia
experimentado fechar as janelas, o ar, pesado e húmido, tinha tornado a
atmosfera do quarto sufocante. Quando abri as grandes janelas, os ruídos do
velho Bairro Francês de Nova Orleans chegaram até mim.
O som da voz aguda
cessou repentinamente e eu tentei adormecer uma vez mais.
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