sábado, 3 de abril de 2021

A RAPARIGA DO CAFÉ ROYAL


A rapariga do Café Royal

onde na  minha juventude desfocada

bebia bagaços pela boca dos amigos

veio hoje dormir a minha casa

 

conciliadora

carregada de adjectivos escorreitos

tão ao gosto da poética-atelier

 

beijá-la nos olhos era fácil

 

Papisa

as suas mãos contra luz

lembrava oiro aquecido

e rebrilhava intensa

zincogravura

na cidade de lisboa morta


António Barahona da Fonseca em Poesia 71

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