Sardi’s, fundado em 1921. No Sardi’s bebia-se o mais vibrante, o mais
clássico dry-martini,
generoso e geladíssimo gin com meia-gota de vermute bianco seco, gota cortada à
faca quando já vai no ar a cair da garrafa para o copo cónico e canónico.
Leva-se à boca e logo desliza pela garganta um urso polar que nos transforma o
aparelho digestivo na mais ampla e luminosa auto-estrada de desejo e
contente melancolia. Bebe-se ao balcão do velho bar: era o mais despretensioso
e dinossáurico bar de Nova Iorque, com tanto cheiro a casa dos nossos avós,
que só se levam ao Sardi’s os mais antigos e incondicionais amigos.
Manuel S. Fonseca em A PáginaNegra
Sem comentários:
Enviar um comentário