quinta-feira, 29 de abril de 2021

ALGUNS DIAS ATÉ MAIO


29 de Abril de 1974

O quinto dia da nossa vida em liberdade.

 A importante, quase única, notícia que percorre todos os jornais:

É instituído como feriado nacional obrigatório o dia um de maio, considerado o «Dia do Trabalhador.»

Por outro lado, continuam as manifestações, as reuniões políticas, a «caça ao pide.»

Outras decisões:

Amnistia para os Presos Políticos.

Abolida a censura aos espectáculos.

Dissolução da Acção Nacional Popular.

Destituído o Chefe de Estado, bem como todo o Governo do regime deposto.

Serão reintegrados os funcionários despedidos por motivos políticos

 Continuava o regresso dos exilados políticos.

 Os desertores e refractários do Exército Português, saúdam a Junta de Salvação Nacional, querem voltar e pedem amnistia.

 Tal como o MPLA, a FRELIMO rejeita a solução federativa entre Portugal e os países africanos.

1.

Na página desportiva do Diário de Lisboa, uma interessantíssima observação do jornalista Neves de Sousa e que constitui a abertura da sua crónica sobre o jogo entre o Sporting e o Belenenses para a Taça de Portugal.

Com tanto pide preso e barões e baronetes em fuga, gentes que tinham cartões de livre- trânsito para todos os jogos de futebol, não ocuparam os seus lugares…

 


2.

O República chama para a 1ª página uma afirmação de Mário Soares na sua chegada a Lisboa.

Nas páginas interiores noticia que essa figura sinistra, que dá pelo nome de Capitão Maltês e era o comandante da Polícia de Choque, ainda andava a monte.


Quem quisesse sair do País só poderia levar um máximo de 50 contos.


Na última página, ficava a saber-se que Henrique Tenreiro, ex-deputado e presidente da Junta Central da Legião Portuguesa, para além de outros títulos, apresentou-se, voluntariamente, à Junta de Salvação Nacional.

Também no República, uma notícia insólita: a administração dos TLP tenciona descontar aos trabalhadores o facto de não terem ido trabalhar no dia 25 de Abril.


3.

Na primeira página, A Capital dava conta da constituição do Movimento Democrático Português.

Para a Comissão Central Provisória, entre outros, foram votados Francisco Pereira de Moura, José Tengarrinha, Victor Wengorovius, Luís Moita, Henrique Neto.

2 comentários:

" R y k @ r d o " disse...

Acompanhando super interessado. Elogio estas publicações recordando a história de Portugal dos tempos mais recentes.
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Abraço poético
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Pensamentos e Devaneios Poéticos
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Sammy, o paquete disse...

Obrigado pelas amáveis palavras.
Abraço