sábado, 3 de abril de 2021

VOU-ME EMBORA P'RA LISBOA


Aquela canção popular, que sempre gostei de ouvir na voz do Adriano Correia de Oliveira, e nos diz: quando cheguei ao Barreiro, no barco que atravessa o Tejo, chora por mim qu'eu choro por ti, já deixei o Alentejo.

Nas entrevistas promocionais de Carlos Moedas, alentejano de Beja, a candidato do PSD para a presidência da Câmara de Lisboa, conta-nos:

«Cheguei a Lisboa vindo de Beja. E naqueles 30 minutos no barco olhei para quela cidade que desconhecia e imediatamente percebi que seria a cidade da minha vida.»

Assim mesmo.

Manuel da Fonseca, também alentejano, um brilhante contador de histórias, dizia-nos nas tardes do Bar Expresso, que aquele comboio, que vindo das terras do sul, chegava ao Barreiro, trazia gentes maravilhosas, e era uma das coisas mais bonitas a que se podia assistir.

E se Carlos Moedas, naquele olhar primeiro para Lisboa, estiver só a fazer literatura?

E se ele veio de carro?

Lembremos ainda que, nas tais entrevistas, Moedas disse que ser presidente da Câmara de Lisboa, era o seu grande sonho de vida.

Convém aqui abrir um parêntesis para apenas dizer que o presidente Marcelo também tem um sonho de vida. Que a direita, comandada pelo PSD, regresse ao poder, mas com um presidente credível a comandar as tropas desavindas e os seus olhos, de noites de vichyssoises, desviam-se para Carlos Moedas, ex-comissário europeu e que, vindo do Alentejo, um dia atravessou o Tejo.

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