Aquela canção popular, que
sempre gostei de ouvir na voz do Adriano Correia de Oliveira, e nos diz: quando
cheguei ao Barreiro, no barco que atravessa o Tejo, chora por mim qu'eu choro
por ti, já deixei o Alentejo.
Nas entrevistas promocionais de
Carlos Moedas, alentejano de Beja, a candidato do PSD para a presidência da
Câmara de Lisboa, conta-nos:
«Cheguei a Lisboa vindo de Beja.
E naqueles 30 minutos no barco olhei para quela cidade que desconhecia e
imediatamente percebi que seria a cidade da minha vida.»
Assim mesmo.
Manuel da Fonseca, também
alentejano, um brilhante contador de histórias, dizia-nos nas tardes do Bar
Expresso, que aquele comboio, que vindo das terras do sul, chegava ao Barreiro,
trazia gentes maravilhosas, e era uma das coisas mais bonitas a que se podia
assistir.
E se Carlos Moedas, naquele
olhar primeiro para Lisboa, estiver só a fazer literatura?
E se ele veio de carro?
Lembremos ainda que, nas tais
entrevistas, Moedas disse que ser presidente da Câmara de Lisboa, era o seu
grande sonho de vida.
Convém aqui abrir um parêntesis
para apenas dizer que o presidente Marcelo também tem um sonho de vida. Que a
direita, comandada pelo PSD, regresse ao poder, mas com um presidente credível a
comandar as tropas desavindas e os seus olhos, de noites de vichyssoises,
desviam-se para Carlos Moedas, ex-comissário europeu e que, vindo do Alentejo,
um dia atravessou o Tejo.
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