quarta-feira, 7 de abril de 2021

AINDA AS LIVRARIAS... AINDA OS LIVROS...


Mark Pocan, membro da Câmara dos Representantes nos Estados Unidos, escreveu, há dias, no seu «Twitter» que o facto de a Amazon pagar 15 dólares por hora não faz que aquilo seja um bom emprego, quando os trabalhadores, para cumprirem os horários excessivos de trabalho, são obrigados a mijar em garrafas de plástico para não perderem qualquer tempo na deslocação aos sanitários.

A Amazon argumentou:

Se fosse verdade, ninguém trabalharia para nós.

Aqui deveríamos pensar que estes capitalistas da Amazon - são TODOS assim - são mesmo gente que não respeita a dignidade dos trabalhadores, nem admitem que estejam sindicalizados.

Por estas e por outras, sou um defensor das livrarias. Nem aceito as livrarias dos grandes poderes da editoras como a Leya, ou a Bertrand. Quero livrarias indeoendentes.

Sei que os tempos estão perigosos para as literaturas.

Mas em algum tempo foram fáceis?

As livrarias, aos poucos, têm vindo a desaparecer.

Lembro sempre o arrepio do Jorge Silva Melo quando viu fechar uma livraria em Campo de Ourique.

Numa crónica a que chamou Já Fechou a Livraria, incluída no seu Século Passado, conta que uma pequena livraria abriu um dia em Campo de Ourique mas não chegou a estar aberta um ano.

«Por que não fui interlocutor solidário daquela senhora que efectivamente ousou e foi vencida? Por que hei-de perdoar-me a mim? Não foi isso mesmo o que eu disse àquele pequena livraria? Que não a queria? Que não me servia para nada? Que lhe prefiro a Internet e as fnacs? Se a pequena livraria fechou, fui também eu que a fechei».

Legenda: montra Abrilista da Livraria Ler em Campo de Ourique 

2 comentários:

Seve disse...

E as algemas que representam o tele-trabalho...

Sammy, o paquete disse...

As sequelas desta história, presume-se que necessária, só se sentirão daqui por uns tempos. E há que juntar as sequelas da tele-escola, suponho que mais graves ainda.