Mark Pocan, membro da Câmara dos Representantes nos Estados Unidos, escreveu, há dias, no seu «Twitter» que o facto de a Amazon pagar 15 dólares por hora não faz que aquilo seja um bom emprego, quando os trabalhadores, para cumprirem os horários excessivos de trabalho, são obrigados a mijar em garrafas de plástico para não perderem qualquer tempo na deslocação aos sanitários.
A Amazon argumentou:
Se fosse verdade, ninguém
trabalharia para nós.
Aqui deveríamos pensar que estes
capitalistas da Amazon - são TODOS assim - são mesmo gente que não respeita a dignidade dos
trabalhadores, nem admitem que estejam sindicalizados.
Por estas e por outras, sou um
defensor das livrarias. Nem aceito as livrarias dos grandes poderes da
editoras como a Leya, ou a Bertrand. Quero livrarias indeoendentes.
Sei que os tempos estão
perigosos para as literaturas.
Mas em algum tempo foram fáceis?
As livrarias, aos poucos, têm vindo a desaparecer.
Lembro sempre o arrepio do Jorge
Silva Melo quando viu fechar uma livraria em Campo de Ourique.
Numa crónica a que chamou Já
Fechou a Livraria, incluída no seu Século
Passado, conta que uma pequena livraria abriu um dia em Campo de
Ourique mas não chegou a estar aberta um ano.
«Por que não fui interlocutor solidário daquela senhora que
efectivamente ousou e foi vencida? Por que hei-de perdoar-me a mim? Não foi
isso mesmo o que eu disse àquele pequena livraria? Que não a queria? Que não me
servia para nada? Que lhe prefiro a Internet e as fnacs? Se a pequena livraria
fechou, fui também eu que a fechei».
Legenda: montra Abrilista da Livraria Ler em Campo de Ourique
2 comentários:
E as algemas que representam o tele-trabalho...
As sequelas desta história, presume-se que necessária, só se sentirão daqui por uns tempos. E há que juntar as sequelas da tele-escola, suponho que mais graves ainda.
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