A Responsabilidade dos Intelectuais
Noam Chomsky
Tradução: Maria Luísa Pinheiro
Capa: Fernando Felgueiras
Colecção Diálogo nº 1
Publicações Dom Quixote, Lisboa, Outubro
de 1968
Dwight
Macdonal publicou há vinte anos no Politics, uma série de artigos sobre a responsabilidade
dos povos, ou mais especificamente, sobre a responsabilidade dos intelectuais.
Li-os, quando ainda licenciado, nos primeiros anos do pós-guerra, e tive agora,
há poucos meses, ocasião de os ler de novo. Afigura-se-me que nada perderam do
vigor ou do poder de persuasão de que, da primeira vez, me pareceram imbuídos.
Maddonald mostra-se particularmente interessado na questão da culpabilidade do
indivíduo em relação à guerra. Eis uma das perguntas que formula: até que ponto
é que os povos alemão e japonês podem considerar-se responsáveis pelas
atrocidades cometidas pelos respectivos governos? E, com toda a propriedade,
faz a mesma pergunta relativamente a nós: até que ponto é que os povos
britânicos e norte-americano podem considerar-se responsáveis pelos terrífcos
bombardeamentos das populações civis, efectuadas por engano, perpetrados como
obra-prima da técnica de guerra das democracias ocidentais e que atingiram o
auge com Hiroxima e Nagasaqui, que figuram, por certo, entre os mais execráveis
crimes da história?
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