Morrer Não É O Fim
Agatha Christie
Tradução:
Fernanda Pinto Rodrigues
Capa: Lima de
Freitas
Colecção Vampiro
nº 237
Livros do
Brasil, Lisboa s/d
- Estarás em segurança, Renisenb, porque se descres o
carreiro eu descê-lo-ei contigo e nenhum mal te acontecerá.
Mas a jovem franziu a testa e abanou a cabeça.
- Não, Hori, descerei sozinha.
- Porquê, pequena Renisenb? Não terás medo?
- Terei, creio que terei… Mas, mesmo assim, devo
fazê-lo. Lá em casa todos tremem, correm aos templos para comprar amuletos e
afirmam que não se deve andar neste caminho à hora do pôr do Sol. No entanto,
não foi magia o que fez a Satipy cambalear e cair; foi medo, medo provocado por
um crime que praticara. È crime cruel roubar a vida a alguém que é jovem e
forte e gosta de viver. Mas eu não fiz mal nenhum e, por isso, mesmo que a
Nofret me odiasse, o seu ódio não me pode molestar. É assim que penso. De
resto, se uma pessoa está condenada a viver sempre com medo mais lhe vale
morrer. Sobrepor-me-ei ao meu medo
-Essas palavras são corajosas, Reinsenb.
- São-no talvez mais do que eu, Hori... - Sorriu-lhe e
levantou-se- - Mas fez-me bem dizê-las.
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