No meu tempo de
miúdo isto era um arranha-céus: o arranha-céus do Areeiro e não tem mais de
nove andares.
Existe um outro
na Praça de Londres.
Também com os
seus nove andares, mas com uma pequena diferença: albergava um dos mais conhecidos
cafés da zona chique das Avenidas Novas, o Café Londres, traço do arquitecto
Cassiano Branco, a sua ampla sala e o salão de jogos com mesas de bilhar.
Hoje, é um
balcão do Novo Banco e começou por ser balcão do Banco Espírito Santo e Comercial
de Lisboa, que nas noites de sexta-feira se transformava em posto de recepção da Santa Casa da Misericórdia para apostas fora de horas do Totobola e Toloto.
Do outro lado, na
Avenida de Roma, havia a Pastelaria Capri e o Café Roma, onde
hoje existe uma loja McDonalds e já na Praça de Londres, onde começa a Avenida
Guerra Junqueiro, a Pastelaria Mexicana.
Anos mais tarde juntou-se-lhe
o edifício que, no tempo da ditadura, albergou o Ministério das Corporações,
inaugurado em Outubro de 1966 e que, após o 25 de Abril, passou a ser o
Ministério do Trabalho.
A Lisboa das
Avenidas Novas.
Era esta a
Lisboa que Salazar queria mostrar.
Sim, porque
havia outras Lisboas que Salazar queria que não fossem vistas.
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