Por essa altura, aconteceu outra coisa muito auspiciosa.
Um homem em Boston «vira o futuro do rock’n’roll»,
e esse futuro era… eu. Tocáramos no Harvard Square Theater, na abertura para a
Bonnie Rait (Deus a abençoe, pois foi uma das poucas artistas que naquela
época, nos deixou abrir para ela mais do que uma vez). O repórter que lá estava
em nome do Real Paper, o Jon Landau, perdeu a cabeça na crítica e
escreveu um dos maiores salva-vidas de todos os tempos.
Foi uma apreciação de um genuíno fã, escrita de forma
muito bonita, sobre o poder e significado do rock’n’roll, da sensação de espaço e continuidade que traz às nossas
vidas, a comunidade que não pode deixar de fortalecer e a solidão que mitiga.
Nessa noite em Boston, conduzimos a banda com os nossos corações e foi isso que
o Jon fez. A famosa citação surgiu em referência aos pensamentos de Jon acerca
do passado, do presente e do futuro da música que ele adorava, do poder que
tivera outrora sobre ele e da sua capacidade para se renovar e transmitir de
novo esse poder à sua vida. Por mais que tenha ajudado e sido um fardo (a longo
prazo, diria que foi mais uma ajuda do que um fardo), que fosse a «citação
ouvida por todo o mundo», foi sempre tomada um pouco fora do contexto, e as
suas adoráveis subtilezas perderem-se… mas, hoje em dia, quem se importa com
isso?! E se alguém tinha de ser o futuro, porque não ser seu?
Bruce Springsteen em Born to Run
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