Cada vez há
menos pessoas a ficarem sentadas até ao fim do genérico.
Há também uma
frase de Federico Fellini:
Sou muito
pessimista porque creio que o público já não tem simpatia pelo grande ecrã. Mas
não quero continuar a repetir as razões que seriam a causa da desafeição do
público: a televisão, o medo de sair à noite, as repugnantes condições do
cinema em Itália. O
público perdeu o hábito de ir ver um filme porque o cinema perdeu o seu
fascínio, o carisma hipnótico, a autoridade que outrora teve. A autoridade que
outrora teve para todos nós — a de um sonho que sonhámos de olhos abertos —
desapareceu. Será ainda possível que 1000 pessoas possam reunir-se às escuras e
fazer a experiência do sonho dirigido por um único indivíduo?
E há um filme – tantos
e tantos e tantos -mas a memória, no imediato, trouxe este: Era Uma vez na América.
Na vez primeira
vi o filme no Berna que não era um primor de sala de cinema, depois passos a ser
estúdio da TV da Igreja, uma benesse de Cavaco Silva enquanto primeiro-ministro, que redundou na TVI de hoje
Um filme
intenso.
Ler a última
linha do crédito e, apesar da longa duração do filme, o desejo de não sair do
lugar e voltar ao princípio do filme, aquele telefone a tocar…
Um filme alucinante
desse extraordinário Sergio Leone, uma maravilhosa banda sonora assinada por Ennio Morricone que só, 500 bandas sonoras depois, a Academia se dignou celebrar.
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