sexta-feira, 7 de abril de 2017

O QU'É QUE VAI NO PIOLHO?


Cada vez há menos pessoas a ficarem sentadas até ao fim do genérico.

Há também uma frase de Federico Fellini:

Sou muito pessimista porque creio que o público já não tem simpatia pelo grande ecrã. Mas não quero continuar a repetir as razões que seriam a causa da desafeição do público: a televisão, o medo de sair à noite, as repugnantes condições do cinema em Itália. O público perdeu o hábito de ir ver um filme porque o cinema perdeu o seu fascínio, o carisma hipnótico, a autoridade que outrora teve. A autoridade que outrora teve para todos nós — a de um sonho que sonhámos de olhos abertos — desapareceu. Será ainda possível que 1000 pessoas possam reunir-se às escuras e fazer a experiência do sonho dirigido por um único indivíduo?

E há um filme – tantos e tantos e tantos -mas a memória, no imediato, trouxe este: Era Uma vez na América.

Na vez primeira vi o filme no Berna que não era um primor de sala de cinema, depois passos a ser estúdio da TV da Igreja, uma benesse de Cavaco Silva enquanto primeiro-ministro, que redundou na TVI de hoje

Um filme intenso. 

Ler a última linha do crédito e, apesar da longa duração do filme, o desejo de não sair do lugar e voltar ao princípio do filme, aquele telefone a tocar…

Um filme alucinante desse extraordinário Sergio Leone, uma maravilhosa banda sonora assinada por Ennio Morricone que só, 500 bandas sonoras depois, a Academia se dignou celebrar.


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