O Ruy Belo tem um livro de poemas a que deu o nome de O Problema da Habitação.
Dos anos que levo de
andar por aqui – completam-se 78 em Março - sempre ouvi falar de crise da
habitação. A minha infância de olhares está cheia de ver escritos nas janelas,
que sinalizavam que a casa, ou parte da casa, ou um quarto, estavam para
alugar.
Havia muito pouco
dinheiro.
O meu pai chegou a
ter uma partilha da casa com um tio da parte da minha mãe, para a ajuda do
pagamento da renda, mas, ao fim de alguns meses, esse tio não conseguiu pagar a
metade da renda.
Anos 50, a renda
cifrava-se em 600 escudos.
Muitas vezes havia a
imperiosa necessidade de alguns objectos terem de ir até à Casa de Penhores do
Sr. Martins na Rua da Penha de França, em frente da sede do Sporting Club da
Penha.
Esta semana o governo
de António Costa apresentou um pacote legislativo para enfrentar o problema da habitação. Recebeu, de todos os lados, um coro de impropérios e críticas. O pacote
ainda não é definitivo, vai entrar em diversas discussões, públicas e privadas
e só depois de tudo isso, seja aprovado.
Do que li na imprensa, por ignorância própria, não
entendi quase nada.
Não sei se a propósito do pacote, Marcelo Rebelo de Sousa
chamou a António Costa «um optimista irritante».
Por conta de todas as madurezas, dos detalhes ainda
desconhecidos do que o governo pretende, leva-me a deixar o primeiro poema de O Problema da Habitação do Ruy Belo:
A morte é a verdade e a verdade é a morte
Tão contente de vento, ó folha que nomeio
como quem à passagem te colhesse,
palavra de que tu, ó árvore, dispões para vir até mim
do alto da tua inatingível condição
De muito longe vinda, inviável lembrança
indecisa nas mãos ou consentida
por alguma impossível infância
E a alegria é uma casa recém-construída
Face melhor de todos nós, ó folha
dos álamos nocturnos e antigos visitados pelo vento,
no calmo outono, o dos primeiros frios, sais
do ângulo dos olhos, acolhes-te ao poema
como no alto mês de maio a flor imóvel do jacarandá
Não há outro lugar para habitar
além dessa, talvez nem essa, época do ano
e uma casa é a coisa mais séria da vida
Marcelo Rebelo de Sousa condecorou, com Ordem do Mérito, um empresário do
sector da restauração que deve cerca de dois milhões de euros ao fisco.
1.
2.
Em 2022 o poder de
compra dos portugueses caíu para os níveis de 2018 e segundo o Instituto
Nacional de Estatística o ordenado bruto médio caiu 4%.
No relatório sobre os
abusos sexuais cometidos por membros da Igreja católica estão referenciadas
pelo menos 4815 crianças que foram vítimas e a idade média que tinham no
primeiro abuso que sofreram é de 11/12 anos.
Hipocraticamente, o
sr. Bispo do Porto, Manuel Linda, disse:
«Sofro e choro pelas
vítimas».
4.
5.
«Acham a Educação cara? Experimentem a ignorância!»
Lia-se num cartaz na manifestação de professores.
6.
As senhoras da caridadezinha!
São quatro as
acusações do Ministério Público que visam a bastonária dos Enfermeiros: duas de
peculato e outras duas de falsificação de documentos.. Ana Rita Cvaco é dada
como autora de um esquema para falsificar deslocações e receber, indevidamente,
mais de 10 mil auros ao abrigo de subsídios de função,
7.
O mesmo estudo indica
que os portugueses estão a mudar alguns hábitos de consumo para fazer face à
subida dos preços.
A maior parte dos
consumidores indica que é importante que a comida seja barata e 47% dos
inquiridos afirmam que combatem os preços altos com a compra de alimentos, cuja
data de validade esteja prestes a expirar, por um preço mais reduzido.
Sem comentários:
Enviar um comentário