Irás ao paço. Irás pedir que a tença
Seja paga na
data combinada
Este país te
mata lentamente
País que tu
chamaste e não responde
País que tu
nomeias e não nasce
Em tua perdição
se conjuraram
Calúnia desamor inveja ardente
E sempre os
inimigos sobejaram
A quem ousou mais ser que a outra gente
E aqueles que
invocaste não te viram
Porque estavam
curvados e dobrados
Pela paciência
cuja mão de cinza
Tinha apagado
os olhos no seu rosto
Irás ao paço
irás pacientemente
pois não te
pedem canto mas paciência
Este país te
mata lentamente
Sophia de Mello Breyner Andresen de Grades em Poesia 70
Sem comentários:
Enviar um comentário