quinta-feira, 2 de fevereiro de 2023

QUOTIDIANOS


 À procura de uma outra coisa, que não morangos, dei com este texto, publicado por aqui no dia 10 de Janeiro de 2021:

 «É Janeiro e faz um frio de partir os ossos.

Na frutaria nepalesa da rua – sou um apaixonado defensor do comércio de bairro – comprei os primeiros morangos do ano – 3,99 euros por quilo - domingo que foi, vindos não sei de que estufa espanhola mas, nas agruras deste dia, o primeiro sinalzinho de que a Primavera há-de chegar.

Lembrar o poeta polaco Czelav Milosz: «Meu deus, como gostava do doce de morangos e da doçura nocturna do teu corpo.»

Lembrar a cena inesquecível de Pretty Woman, quando Richard Gere, garrafa de champanhe aberta,  oferece morangos à Julia Roberts.

 Ela olha interrogativa, e ele responde: « os morangos realçam o sabor do champanhe.»

Hoje, também faz um frio de partir os ossos e estou na frutaria nepalesa da minha rua.

Os morangos estão a 6,99 euros o quilo.

- Como é, Anitta, tão caros?...

- Senhor, se lhe disser a como os compro no Mercado, não vai acreditar… trago-os porque há clientes que perguntam por morangos… no fim, a margem de ganho é curta e mais diminui porque os morangos vão envelhecendo  poucas pessoas os compram porque  porque estão muito caros…

 A resposta da Annita não é bem o português que aqui, coloco, fiz uma adaptaçãozinha… mas não me disse que estão caros por causa da guerra…

A guerra serve para tudo, especialmente para os que são ricos fiquem ainda mais ricos…

Não é o caso dos simpáticos nepaleses da frutaria da minha rua.

Hoje, no Diário de Notícias:

«Lucro do Santander Totta quase duplica para 568, 5 milhões de euros em 2022.»

E mesmo há instantes,  os vampiros do Banco Central Europeu aumentaram  as taxas de 0,5 pontos percentuyais, o mais alto valor dos últimos 15 anos e a senhora Lagarde ainda deixou a flutuar a ideia de que na reunião Março aumentarão mais.

Que José Afonso nos ajude!

Sem comentários: