À procura de uma outra coisa, que não morangos, dei com este texto, publicado por aqui no dia 10 de Janeiro de 2021:
Na frutaria
nepalesa da rua – sou um apaixonado defensor do comércio de bairro – comprei os
primeiros morangos do ano – 3,99 euros por quilo - domingo que foi, vindos não
sei de que estufa espanhola mas, nas agruras deste dia, o primeiro sinalzinho
de que a Primavera há-de chegar.
Lembrar o poeta
polaco Czelav Milosz: «Meu deus, como gostava do doce de morangos e da
doçura nocturna do teu corpo.»
Lembrar a cena inesquecível de Pretty Woman, quando Richard Gere, garrafa de champanhe aberta, oferece morangos à Julia Roberts.
Ela olha interrogativa,
e ele responde: « os morangos
realçam o sabor do champanhe.»
Hoje, também faz
um frio de partir os ossos e estou na frutaria nepalesa da minha rua.
Os morangos
estão a 6,99 euros o quilo.
- Como é, Anitta, tão caros?...
- Senhor, se lhe disser a como os compro no Mercado,
não vai acreditar… trago-os porque há clientes que perguntam por morangos… no
fim, a margem de ganho é curta e mais diminui porque os morangos vão envelhecendo poucas pessoas os compram porque porque estão muito caros…
A resposta da Annita não é bem o português que
aqui, coloco, fiz uma adaptaçãozinha… mas não me disse que estão caros por
causa da guerra…
A guerra serve
para tudo, especialmente para os que são ricos fiquem ainda mais ricos…
Não é o caso dos
simpáticos nepaleses da frutaria da minha rua.
Hoje, no Diário
de Notícias:
«Lucro do Santander
Totta quase duplica para 568, 5 milhões de euros em 2022.»
E mesmo há instantes,
os vampiros do Banco Central Europeu
aumentaram as taxas de 0,5 pontos
percentuyais, o mais alto valor dos últimos 15 anos e a senhora Lagarde ainda
deixou a flutuar a ideia de que na reunião Março aumentarão mais.
Que José Afonso nos
ajude!
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