O que nos vai valendo é o turismo e, por via dele, a restauração, onde se vendem os vinhos de maior valor acrescentado. Graças aos visitantes, estamos quase a aproximar-nos dos 70 litros/ano por cada português. Tem sido sempre a subir. É bom para o negócio, apesar de não ser uma boa estatística para um país com elevadas taxas de alcoolismo.
Só que o turismo pode estar a cegar-nos, impedindo-nos de ver a bolha em que vivemos também no vinho. Não há milagres: quando o dinheiro começa a faltar para a comida, o vinho é o primeiro a sofrer. Vêm aí tempos difíceis, embora ainda não seja o diabo, espero. Se empobrecermos só um bocadinho e com saúde já não será mau. Antes de nos queixarmos, convém olhar à nossa volta. Antes um pouco de austeridade e umas cubas a abarrotar de vinho do que um míssil transviado.
Pedro Garcias de uma crónica no Público
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