«O gabinete do procurador do Tribunal Penal Internacional (TPI), Karim Khan, anunciou que, face a uma investigação em que há motivos suficientes para concluir que foram cometidos crimes de guerra quer do lado do Hamas, quer do lado de Israel, pediu mandados de captura para vários responsáveis dos dois lados.
Do lado de Israel Khan mencionou o
primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, e o ministro da Defesa, Yoav Gallant.
Do lado do Hamas (e o tribunal começou a sua comunicação pelo movimento
islamista), referiu-se não só ao líder em Gaza, Yahya Sinwar, e ao comandante
da sua ala militar, Mohammed Deif, como a Ismail Haniyeh, o dirigente que vive
no Qatar.
Entre os crimes de guerra e/ou contra a humanidade que o procurador diz que os
responsáveis israelitas estão suspeitos de ter cometido estão o uso da fome
contra civis, causar sofrimento ou usar tratamento cruel, assassínio, ataques
intencionais contra a população civil, extermínio e/ou assassínio, incluindo em
contexto de mortes à fome, perseguição ou outros actos desumanos.
Do lado do Hamas estão o extermínio, o assassínio, a tomada de reféns, a violação e outros actos de violência sexual, a tortura, outro tratamento desumano e cruel em contexto de guerra.
As reacções de ambos os lados foram rápidas. O responsável do Hamas Sami Abu
Zuhri declarou à Reuters que a decisão “faz equivaler a vítima ao carrasco” e,
do lado de Israel, o ministro do gabinete de guerra e antigo chefe do Exército,
Benny Gantz, declarou que a decisão do procurador é “um crime de proporções
épicas”.
O Presidente de Israel, Isaac Herzog, disse que a decisão mostra como “o
sistema judicial internacional está em perigo de se desmoronar”, cita o diário
israelita Jerusalem Post. “Esta acção representa um passo político unilateral
que encoraja terroristas pelo mundo, e viola todas as regras básicas do
tribunal.”
Dos Estados Unidos, o secretário de Estado, Antony Blinken, condenou a decisão do gabinete do procurador: “Rejeitamos a equivalência que o procurador faz entre Israel e o Hamas”, declarou Blinken.
Numa nota no site da Casa Branca, o Presidente Joe Biden também bateu nesta tecla depois de considerar a decisão “escandalosa”: “independentemente do que este procurador possa insinuar, não existe qualquer equivalência – nenhuma – entre Israel e o Hamas. Estaremos sempre ao lado de Israel contra as ameaças à sua segurança.”»
Lido, às 16,00 horas, no Público-on line.
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