sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

CORREIOMANHADAS


O mais recente relatório da Associação Portuguesa para o Controlo de Tiragem e Circulação revela que o Correio da Manhã continua a ser o diário mais vendido em Portugal.

Pela história aqui contada torna-se fácil perceber das razões do triste sucesso.

Um público muito pouco exigente, que adora o sensacionalismo, que gosta de mergulhar na podridão de notícias sórdidas, de escândalos merdosos de gente da sociedade jet-set ou cor-de-rosa, é, desde o primeiro número (19 de Março de 1979), o painel comprador e leitor da pasquinada.

Foi Mário Soares que um dia (Público 4 de Abril de 2009) contou como nasceu a folheca.

Perante o insucesso de vendas de A Luta, Mário Soares pediu a Willy Brandt que enviasse alguém a Portugal para explicar como se fazia um jornal que vendesse.

O especialista chegou e disse:

Se querem ganhar dinheiro, nunca metam política na primeira página e não metam também notícias importantes, ponham mulheres e crime.

Mário Soares franziu o nariz. Vítor Direito chegou-se à frente e disse:

Se não querem pegar nisto, eu vou pegar nestas ideias.

Assim nasceu esse nojo a que , simplesmente, arrepia chamar jornal.

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