Aproveitando a onda da chamada Primavera
Marcelista, esse enorme equívoco em que tantos caíram, quando
esquecemos que pode haver uma qualquer primavera que engana, Manuel Freire publicou
seu primeiro EP.
Para além de um poema de sua autoria, Eles,
Manuel Freire compôs a música para Dedicatória de Fernando
Miguel Bernardes, Livre de Carlos de Oliveira e Pedro,
o Soldado de Manuel Alegre.
Rapidamente tornaram-se hinos de intervenção, cantados um
pouco por toda a parte.
Principalmente Livre, com aquele seu
grito, retirado do Cancioneiro Popular, de não haver
machado que corte a raiz ao pensamento.
Estávamos então unidos pelo desejo de derrubar uma ditadura.
Muitas vezes direi: naquele Portugal, o canto foi o melhor e
mais eficiente sinal de protesto
Não há machado que corte
a raíz ao pensamento:
não há morte para o vento
não há morte.
Se ao morrer o coração
morresse a luz que lhe é querida,
sem razão seria a vida,
sem razão
Nada apaga a luz que vive
num amor num pensamento,
porque é livre como o vento,
porque é livre.
a raíz ao pensamento:
não há morte para o vento
não há morte.
Se ao morrer o coração
morresse a luz que lhe é querida,
sem razão seria a vida,
sem razão
Nada apaga a luz que vive
num amor num pensamento,
porque é livre como o vento,
porque é livre.
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