quinta-feira, 13 de março de 2014

NÃO HÁ MACHADO QUE CORTE



Aproveitando a onda da chamada Primavera Marcelista, esse enorme equívoco em que tantos caíram, quando esquecemos que pode haver uma qualquer primavera que engana, Manuel Freire publicou seu primeiro EP.

Para além de um poema de sua autoria, Eles, Manuel Freire compôs a música para Dedicatória de Fernando Miguel Bernardes, Livre de Carlos de Oliveira e Pedro, o Soldado de Manuel Alegre.

Rapidamente tornaram-se hinos de intervenção, cantados um pouco por toda a parte.

Principalmente Livre, com aquele seu grito, retirado do Cancioneiro Popular, de não haver machado que corte a raiz ao pensamento.

Estávamos então unidos pelo desejo de derrubar uma ditadura.

Muitas vezes direi: naquele Portugal, o canto foi o melhor e mais eficiente sinal de protesto

Não há machado que corte
a raíz ao pensamento:
não há morte para o vento
não há morte.

Se ao morrer o coração
morresse a luz que lhe é querida,
sem razão seria a vida,
sem razão

Nada apaga a luz que vive
num amor num pensamento,
porque é livre como o vento,
porque é livre.

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