Marguerite Duras
Tradução Maria José Palla e M. Vilaverde Cabral
Capa: Rogério Petinga
Quetzal Editores, Lisboa, 1987
Ela (baixo) - … Ouve. Como tu, eu sei o que é o esquecimento
Ele – Não, tu não sabes o que é o esquecimento.
Ela – Como tu, também eu sou
dotada de memória. Conheço o esquecimento.
Ele – Não, tu não és dotada de memória.
Ela – Como tu, também eu tentei lutar com todas as minhas forças contra o esquecimento. Como tu, esqueci. Como tu, desejei ter uma memória inconsolável, uma memória de sombras e de pedra. Lutei por minha conta, com todas as minhas forças, durante dias a fio, contra o horror de já não compreender da razão por que nos lembramos. Como tu, esqueci…
Ela – Como tu, também eu tentei lutar com todas as minhas forças contra o esquecimento. Como tu, esqueci. Como tu, desejei ter uma memória inconsolável, uma memória de sombras e de pedra. Lutei por minha conta, com todas as minhas forças, durante dias a fio, contra o horror de já não compreender da razão por que nos lembramos. Como tu, esqueci…
Sem comentários:
Enviar um comentário