17 de Março de 1974
Apenas às 19,00 Horas do dia 16, o governo divulgou uma
sucinta nota dos acontecimentos verificados a partir do Regimento de Infantaria
nº 5 nas Caldas da Raínha.
Desta forma só no dia 17,os matutinos e os vespertinos só
publicaram a nota e as reportagens do acontecimento do RI 5 que estiveram
suspensas pela censura.
As notícias, principalmente do Diário de Lisboa e do República foram publicadas com cortes e
muita matéria foi cortada na íntegra.
Na primeira página da
Época,
matutino declaradamente pró-regime, o ultra Barradas de Oliveira escreveu o
editorial: Não Pode Ser.
Existe a tese que o 16 de Março é uma tentativa desesperada
de Spínola para evitar o eclodir do 25 de Abril nos moldes em que o MFA o concebera.
Praticamente todos os oficiais, implicados no Golpe das Caldas,
estiveram com Spínola na Guiné ou eram muito próximos do General.
Armando Ramos um dos oficiais do 16 de Março, dirá, passada
uma boa meia dúzia de anos, ao Expresso:
Para mim o 25 de Abril aconteceu no 16 de março. Após essa data já é o
Partido Comunista o patrão de todo o processo. Os do 16 de Março foram gajos
que se portaram bem. Não cultivaram um defeito próprio da época, que foi a
vaidade.
Eu acho que no 25 de Abril 95 por cento da malta aderiu por
solidariedade e cinco por cento porque eram comunas e queriam o poder.
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