A Liberdade do Drible
Dinis Machado
Prefácio: Marta
Navarro
Capa; Rui
Rodrigues
Quetzal Editores,
Lisboa, Junho de 2015
A grande euforia de qualquer arte espontânea
(chamemos-lhe assim por razões de abertura), como o futebol, é que está a
fazer-se no movimento, ainda não é sinfonia, o guache, o livre, o filme, a peça
que se fez a seu tempo. É efémero como o bailado, decide-se no apuro e na
linguagem do corpo, mas tem uma carga quase infinita de rumos imprevisíveis e
ocasionais. A Margot Fonteyn, de um modo geral não falhava o movimento – mas o
Eusébio, às vezes, a dois metros da rede, chutava sobre a barra. Impossivelmente.
O futebol é impreciso e inesperado, cheio de mortalidade – embora já seja,
hoje, também espectáculo de rever, cassete eterna, golo que nunca mais se
apaga, de mostrar aos amigos e perdurar na memória. A televisão trata disso.
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