Entendi colocar a
aquisição deste livro nos Itinerários do Eduardo que tenho vindo a publicar por aqui.
Gosto muito do
Eduardo Guerra Carneiro.
Gosto muito do título
da Antologia publicada em Maio de 2018: Mil e Outras Noites
Gosto muito, apesar
de tudo, de a ter adquirido.
O «apesar de tudo»
explico a seguir.
Em Setembro de 2018
li no blogue Antologia do Esquecimento uma referência à publicação da Antologia
do Eduardo.
Gostei acima de tudo
do que o autor escreveu:
«Mil e Outras Noites, de Eduardo Guerra Carneiro, é
dos melhores livros de poesia portuguesa que podíamos desejar.»
Exceptuando os
primeiros, «O Perfil da Estátua» e «Corpo Terra», tenho todos os livros do
Eduardo Guerra Carneiro
Mas o que escreveu
Henrique Manuel Bento Fialho, levou-me a ter de comprar a Antologia do Eduardo
que, lamentavelmente, não conheci pessoalmente.
Uma das vezes em que
procurei o livro, foi na Avenida de Roma onde, quase lado a lado, estão a
Bertrand e qualquer coisa que se chama «Leya/Fnac» e que noutros tempos, tempos
negros, diga-se, foi porta aberta da Livraria Barata que forneceu , a toda uma
geração, livros que a PIDE salazarenta proíbia.
Como se houvesse uma
cassette gravada, tanto numa, como na outra livraria, foi-me dito que não
vendiam livros de pequenas editoras. O porquê ficou refugiado como algo que
vinha de cima e a que não sabiam dar uma resposta.
Em Janeiro deste ano,
passei pela Almedina, no Saldanha, perguntei pela Antologia do Eduardo, tiveram
o livro mas, ou venderam, ou devolveram. Mas o jovem que me atendeu, que sobre livros não sabia apenas o que está
nos computadores, adiantou que talvez ainda o encontrasse na Letra Livre, na Calçada do Combro.
Por Março lá cheguei
à Letra Livre e, prontamente me
informaram que ainda deviam existir 1 ou 2 exemplares em armazém que fica para
os lados do «Bairro das Colónias», nome antigo.
Fui lá agora
buscá-lo.
Um livro lindíssimo,
editado em Maio de 2018, do qual se fizeram 300-exemplares-300.
O Manuel António Pina
sempre disse que a Poesia está para acabar.
Quatro-anos-quatro em
que não se conseguiram vender 300 exemplares, «dos melhores livros de poesia portuguesa que podíamos desejar».
O bocado de estante
onde, aqui na casa, estão os livros do Eduardo Guerra Carneiro, ficou ainda
mais reluzente.
E se pudessem,
poderiam ver a alegria estampada no rosto por estar a escrever este Itinerário do Eduardo.
Porque, como ele
dizia, «isto anda tudo ligado».
Legenda: Capa e contra capa de Mil e Outras Noites, tendo uma pintura de Hieronymus Bosh como fundo.
1 comentário:
Talvez se editem uns 15 mil livros por ano. Dessa quantidade não sei a quantos poderemos chamar livros. Algo que existe como certeza de que nunca encontra leitores. Quando percorro os escaparates das livrarias, mas principalmente quando vou à Feira do Livro, não consigo saber a que tipo de pessoas muitos daquele livros apontam. Há livros que se publicam porque as pessoas que têm uns tostões e querem cumprir vaidades, mandam publicar. Dizem que o José Sócrates mandava o motorista, com o dinheiro que a mãe lhe emprestava, comprar o livro de que foi autor.
Por estas, e por outras, causa-me pele de galinha saber que um livro do Eduardo Guerra Carneiro – poderá ser um outro qualquer autor – não esgotar de imediato os 300 exemplares da edição.
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